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terça-feira, 31 de julho de 2012


Produção, Eficiência e Competitividade Empresarial

As decisões empresariais comprometem sempre os recursos do presente com as incertezas do futuro Peter Drucker


Key Words – Competitividade, Eficiência, Produção

Olá amigos!      
A frase acima apresentada ser viu de mote a mais um artigo. Pois é estou de volta com mais um tema e algumas ideias práticas sobre o contexto empresarial atual. Tentarei com algumas ideias deixar dicas práticas sobre como melhorar a eficiência e competitividade da sua empresa. Hoje o tema gira em torno das empresas industriais, da produção à importância da eficiência para a competitividade  no contexto empresarial e global.
Falei em artigos anteriores sobre a importância da internacionalização, sobre o financiamento e mais recentemente sobre inovação para o contexto competitivo das empresas, pois bem hoje vamos “mergulhar” dentro da empresa, mais concretamente na produção (obviamente falamos do tipo de empresas industriais, as comerciais definem-se de forma um pouco diferente).
As experiências que tenho vivido neste contexto  (essa é a principal razão pelo qual falo, experiência prática de campo adquirida). Estive recentemente a efetuar um estudo de produção numa PME, interessante sobre diversos aspetos, e o principal que aqui quero partilhar é que esta empresa não é…..perfeita. Este foi o melhor ponto de partida para o estudo, humildade para poder aprender e melhorar. Quando falamos de PME´s em Portugal no sector industrial, falamos de empresas que na sua maioria possuem ativos, equipamentos, instalações e R.H. já com alguns anos de vida útil, condicionante estes fatores? Aceito que sim, a questão que se coloca acima desta é: Terão as empresas capacidade para se reestruturar, inovando, adquirindo tecnologias mais eficientes, mais produtivas e capazes de gerar maiores cash flow´s no futuro? Certamente que não. O contexto económico atual não permite tais “loucuras”, necessárias porventura. Assim sendo outras questões se levantam:
1.      Como se tornar competitivo face aos concorrentes globais e tecnologicamente mais avançados?
2.      É possível tornar a minha empresa mais eficiente?
3.      E o futuro? Até quando conseguirá a empresa sustentar-se desta forma?
4.      E a principal questão - > Que solução ou soluções?
Falei no artigo anterior sobre a importância da inovação nas empresas para a sua competitividade, e, disso não retiro uma virgula, no entanto as empresas podem, e, devem inovar de diversas formas. A solução mais prática será a de estudar escrupulosamente toda a sua forma de trabalhar e avaliar os custos de se reestruturar (sem adquirir) partimos do pressuposto que a capacidade de investimento atual é baixa. A maior ferramenta para inovar que as empresas possuem é sem dúvida o know how dos R.H. É curioso que ao analisar algumas empresas as críticas dos R.H. são uma lista infindável (mais parece uma lista de compras de uma qualquer senhora no supermercado), dai a capacidade de quem faz tal análise em filtrar o importante do banal ou nada interessante. Avaliar o estudo em que a empresa se encontra é fundamental para posterior diagnóstico de problemas (desde layout, tecnologia existente, eficiência média, produtividade, etc.). Deve haver uma correta avaliação da capacidade produtiva atual, ou seja, até onde consegue ir a minha empresa neste momento. Muitas empresas perdem alguns bons negócios por não terem capacidade produtiva para certos mercados, lembremos por exemplo mercados como o Alemão, Chinês ou até Angolano, a isto se costuma apelidar, morrer à sede com água pelos joelhos”. Avaliando a capacidade produtiva atual, posso tentar perceber que melhorias podem ser introduzidas para aumentar eficiência e produtividade. É derto e sabido que dois fatores influenciam direta e decisivamente os custos de produção (isto é uma verdade à La Palice), são eles a eletricidade e os combustíveis. Reeducar os seus utilizadores é fundamental. Motoristas, manuseadores e operadores de equipamentos, controlar e mensalmente discutir consumos e gastos com os R.H. é fundamental.
Um outro ponto fundamental é  o estabelecer de objetivos quer com chefias intermédias, quer com toda a classe de colaboradores operários. É um dos erros mais básicos e frequentes que se encontra. Ao questionar um colaborador sobre se sabia se produzia muito ou pouco obtive uma resposta interessante: “Não sei, sei apenas que trabalho 8H, nunca me disseram quanto tinha que produzir”. Este é um dos erros mais frequentes em quase todas as empresas.
Em linhas de  produção que se alteram ou produzem diferentes produtos com alguma regularidade, a articulação entre sectores, a cooperação o estudo e a gestão previsional é de igual modo importante, ainda que com estratégias de stock zero que as empresas adoptam ( como fazer stocks sem nem dinheiro para encomendas normais têm), esta questão ganha especial relevância. É importante que se estude bem o custo de oportunidade de alterar uma linha de produção, nomeadamente através de quantidades mínimas a produzir e vender e ou do custo de venda (fator de difícil negociação).
Outra questão a ter em conta são os resíduos gerados e cada vez mais valorizados, ainda que devam ser bem estudados. Raramente existe um estudo para se saber o real custo do resíduo face ao seu preço de venda deduzido de todos os custos de vender (maioritariamente custos administrativos e de transporte), bem como a forma de os valorizar. Diz a bibliografia académica que podem ser valorizados de uma de duas formas:
·         Critério Lucro Nulo –> Sub produtos e ou resíduos e o valor por si gerado é deduzido ao custo de produção, tornando o custo de produção unitário mais baixo.
·         Critério do Custo Nulo -  Sub produtos e ou resíduos e o valor por si gerado é constitui um rendimento para a empresa, sendo que os produtos principais suportam o custo de produção total, tornando desta forma o custo de produção mais elevado
Outras considerações devem ser tidas em conta pela sua importância no custo de produção final, nomeadamente. Saber com maior grau de exatidão possível a estrutura de custos fixos e variáveis, bem como diretos e indiretos, pois desta forma torna-se bem mais fácil saber o que fazer para tornar a empresa mais eficiente e mais competitiva.
É interessante que os responsáveis consigam perceber e percebam como transformar custos fixos em variáveis, tornando a empresa o mais ajustável e dinâmica possível.
A ligação entre parte Estratégica - > Chefias Intermédias - > e Operacional. Não basta dizer que tem que se produzir a encomenda XYZ, é necessário definir como produzir, alocar recursos e definir objetivos e timings.
Por fim um correto e regular controlo de toda a produção, analisando possíveis desvios, e tomando medidas corretivas On Time!
Em conclusão deixo uma Check List de tarefas para avaliar e tomar medidas que tornam a sua empresa mais eficiente no mercado global.
Check List
1.      Avaliar estado atual da sua produção – Capacidade produtiva atual.
2.      Avaliar capacidade de acréscimo de produção, ou de eficiência de produção (através dos estudo dos recursos existentes), ou da introdução de pequenas alterações que permitem produzir diferentes produtos para mercados novos ou já existentes;
a.      Qual a capacidade do meus equipamentos, agora e no futuro;
b.      Qual a capacidade dos meus R.H.;
c.       Qual a capacidade dos meus recursos e da minha empresa para mudar de contexto;
3.      Avaliar estrutura de custos Fixos, Variáveis, Diretos e Indiretos;
4.      Saber quais os pontos críticos de produção;
a.      Tempos mortos;
b.      Principais problemas existentes;
c.       Articulação equipamentos < - > R.H.
5.      Gestão previsional regular da produção – Gestão à semana ou ao mês dependendo do tipo de indústria e produtos, com avaliação e controlo regular;
6.      Articulação de todos os sectores nos objetivos da empresa, nomeadamente nos de produção, ao nível de produtividade e timing,  e da sua importância;
7.      Posto isto afinar  e delinear estratégias eficientes.
Não vale a pena negociar boas encomendas se não tenho capacidade produtiva para tais negócios, ou se estes me vão dar prejuízo.
A falta de eficiência produção e não só, torna os seus produtos mais caros e menos competitivos.
O futuro começa…JÁ!
Bons negócios e até à próxima!
Mais informações estarei ao dispor da sua empresa.

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