Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Inovação, uma solução para a crise das empresas

Caros amigos,

Estou de volta com mais um artigo, melhor algumas ideias sobre uma tema actual e que tem andado na "boca" de muitos dos nossos agentes económicos, dos principais diga-se.
Não à dia que ao ler um jornal, um artigo na web, uma revista, ou faça uma qualquer pesquisa que não apareça algo relacionado com o tema INOVAÇÃO.  
Certamente esta será uma das palavras mais mencionadas ao longo dos últimos 3, 4 anos. Inovação e empreendedorismo são conceitos na ordem do dia. Alerte-se desde já para a diferença entre estes conceitos. Sobre empreendedorismo já aqui deixei alguns comentários, hoje abordarei a Inovação e a sua importância para as empresas no contexto actual e futuro. 
Inovação, é por definição, um processo que se inicia com uma ideia e culmina com a comercialização de algum produto ou serviço, é a capacidade de se criar algo diferente, que tenha características únicas. Se quisermos um definição mais formal:

"...Inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, de um processo, de um novo método de marketing, ou de um novo método organizacional nas práticas de negócio, na organização do trabalho ou nas relações externas da empresa..." M. Oslo, OCDE, 2005, p. 46)

Esta é a grande diferença entre uma ideia e uma inovação. Ideias à para ai muitas, agora algo que seja capaz de ser comercializável, bem isso já é outra história. A este propósito uma leitura atenta de Joseph Shumpeter será fundamental, pois a riqueza das suas obras é de todo aconselhável. Bem mas centre-mo-nos noutros aspectos por ora mais importantes.
Todos sabemos o mundo que vivemos no contexto actual. Quando no centramos no mundo empresarial o caso não muda muito de figura. Crise é o cenário mais visível.
Mas afinal o que é a crise na empresas? São produtos fracos? É falta de mercado? Os clientes não pagam? os custos aumentaram? a produtividade é baixa? A carga fiscal aumentou? Ou simplesmente é tudo isto misturado que dá uma bomba pronta a rebentar a qualquer momento nas mãos de qualquer um? 
Ao ler outro dia um jornal económico deparei me com um artigo um  pouco...intrigante diria. O referido artigo remeteu-me um pouco para aquilo que na realidade acompanho nas empresas e que me fez levantar uma questão:
Crise nas empresas não será, por ventura, mais a falta de capacidade de criar algo novo, diferente, obviamente que seja comercializável. É em larga medida a capacidade das empresas mudarem e se adaptarem a contextos diferentes. Dito desta forma parece tudo muito fácil e até banal, afinal parece que estou a dizer o que todos dizem, mas ninguém ouve. No fundo a falta de capacidade das empresas criarem algo de novo é que as levou aos problemas acima referidos. Neste sentido urge então mudança de paradigma empresarial, principalmente uma mudança de pensamento e aqui reside um grande problema - >  Terão as empresas margem para efectuar tal mudança? Bem esta questão daria por certo pano para muitas mangas. 
É essencial, primordial que as empresas enquanto organizações dinâmicas (esta é a característica chave das empresas modernas), consigam pensar a sua estratégia e adaptar-se a contextos diferentes, digo com isto capacidade de aprender, podendo fazê-lo de várias formas:



    • “Learning –By-Doing
    • “Learning-By-Using
    • “Learning-By-Failing
    • “Learning-By-Searching
    • "Learning-Before-Doing
    • “Learning-By-Interacting
    • “Learning-To-Learn




É a capacidade das empresas aprenderem, ensinarem, cooperarem, competirem e adaptarem-se aos diversos contextos vai ditar muito do que será o seu sucesso, como?! INOVANDO!

Atente-se que a inovação não é obrigatoriamente a criação de um produto, pode ser simplesmente a forma como presto um serviço (técnico ou outro), pode estar na forma como vendo os meus produtos, na logística da distribuição, na comunicação e no marketing dos meus produtos (veja-se o exemplo da coca cola e a forma como inovam na comunicação).
Dizia me outro dia uma amiga russa que trabalha no governo que achava espantoso nas reuniões diplomáticas com portugueses, este tinham sempre ideias brilhantes e que não entendia o estado actual de coisas por aqui vivida (pois não sabe ela da missa a metade, mas pronto avancemos). Como exemplo esta questão é interessante. Temos  rapidamente (atenção rápido mas bem), que fazer um turn over de toda esta situação, envolvendo os diversos agentes económicos. Um país com qualificações tão elevadas, onde tanto se investiu em formação não pode, não deve sofrer deste mal.
Exige-se às empresas e aos seus quadros que MUDEM, mentalidades, formas de trabalhar, de pensar, de abordar mercados e clientes. Que observem os seus produtos de uma outra perspectiva (virem-nos do avesso se preciso for). 
Depois é preciso fazer o que está na nossa génese, ou seja ir à conquista por mares nunca dantes navegados, ou até navegados, mas não com produtos como os nossos. 
É fundamental na inovação a qualidade e que o segredo seja bem protegido, e, aqui os registos de patentes e de marcas assumem um papel estratégico, veja-se o exemplo das grandes cadeias de fast food, que vendem eles a não ser a marca e o logótipo?! algo mais? Uma marca forte tem a capacidade de trazer o ouro chamado: Royalties. Veja-se o exemplo do bacalhau: nós portugueses descobrimos o segredo, ou seja cozinhá-mo-lo de forma requintada, seja à zé do pipo, o bacalhau com todos, à gomes de sá, enfim mil e uma maneiras, fomos pelo mundo fora e ensinamos meio mundo a comer o ouro dos mares, obviamente ficaram deliciados, agora os outros, Noruegueses, vendem-no a quem nós ensinamos a comer (Ex: Mercado Brasileiro 98% do bacalhau é exportado pelos Noruegueses e 2% por Portugal), a nós o que calha? Pois é meus amigos. Digam me lá porque razão são tão famosas as "sardines" assadas em Portugal? Existem sardinhas em quase todo mundo, porque razão serão as nossas famosas? Exactamente por isso, porque nós temos o segredo - > Cozinha-las de modo único, logo a solução será proteger esse segredo e depois vende-lo ou melhor cede-lo a troco de um muito bom royaltie, mas rápido antes que chegue um qualquer iluminado, o faça e ainda lhe temos que pagar para as poder assar.
É fundamental não para a sobrevivência mas para o sucesso futuro das empresas portuguesas que INOVEM, no fundo acrescentar valor (outro conceito muito falado, mas nada explicado), acrescentar valor não mais é do que dar algo distintivo, único aos produtos e aos serviços que os distingam dos outros na prateleira do supermecado, nas melhores garrafeiras, nos melhores e mais competitivos eventos mundiais. 
Inovação é um conceito muito falado, mas pouco trabalhado, pois carece de um pouco de inspiração mas muita muita transpiração.


Inovação é um processo longo, não linear, árduo que envolve múltiplos agentes, com avanços e retrocessos, que se inicia com uma ideia e termina com um produto ou serviço comercializável, ou simplesmente voltando à estaca zero, daí ser necessária persistência para voltar a percorrer todo ou parte do processo.



No contexto actual é muito complicado e difícil  investir, a falta de recursos (principalmente financeiros, os humanos existem e são capazes), no entanto não tenho a menor dúvida que o caminho se faz INOVANDO!

Até à próxima! 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Consulta o Marco.com: Crise, Estado, Sector Financeiro e Empresas

Consulta o Marco.com: Crise, Estado, Sector Financeiro e Empresas: Conceitos chave: Empresas, Sector Financeiro, Medidas de Apoio, Competitividade e Excelência Caros amigos, Após um período de interre...

Crise, Estado, Sector Financeiro e Empresas

Conceitos chave: Empresas, Sector Financeiro, Medidas de Apoio, Competitividade e Excelência

Caros amigos,

Após um período de interregno eis me de volta. 
O assunto que me traz esta semana é mais um dos temas quentes da nossa actualidade política e económica, obviamente que extravasa outras áreas, de que é exemplo o contexto social.  
Começo por um velho e sábio ditado: "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão".
O artigo escrito é isento que qualquer condicionante política e ou partidária, o objectivo é apenas dar a conhecer a realidade, ajudando dentro do possível o sector empresarial na tomada de decisões empresariais e ou outras. 
Muito se tem discutido sobre o estado actual, (micro e macro) das empresas. Sabendo-se de antemão que as empresas não são ilhas e que influenciam directamente as políticas dos governos como agente económico  que são, têm um papel central na criação de riqueza dos países (PIB ou GDP).
A questão que muito se tem discutido versa à volta de: Como "ajudar", leia-se ajudar não num contexto de mendigar mas sim enquanto alavanca, as empresas. É sabido da tentativa de diversas políticas, quer de criação de emprego, quer de acesso a crédito junto das instituições financeiras ou até mesmo pela via diplomática (está muito na moda), será mesmo só moda ou pelo contrário é um verdadeiro instrumento para a internacionalização das empresas? Já aqui falamos anteriormente da importância da internacionalização das empresas, por agora centremos-nos na nossa questão de fundo. Temos assistido (empresas), impacientes à troca de "galhardetes" entre Estado e Sector Financeiro. A convite de uma instituição financeira de grande porte, portuguesa, assisti outro dia a uma conferência com muita atenção ao ponto de vista destes sobre toda a situação actualmente vivida. O que daí retive, entre outras coisas interessantes, é que a dita banca  não está mesmo disposta a financiar as empresas com o dito financiamento do estado à banca. A banca quer e precisa desse dinheiro para outros fins, além de que está bem escaldada com as empresas (lembremos da dívida existente das empresas à banca, problema ainda nada resolvido, mas que algum dia terá de ser resolvido. De que forma? Logo veremos), pelo que quando muito aceitará o financiamento para amortização de dívida actual e vencida das empresas. As empresas e os empresários assistem impacientemente ao desenrolar da situação e a um fim que tarda em chegar. Verdade é que o governo fruto de um memorando assinado tem pouca ou nenhuma margem de manobra, verdade também é que as empresas geriram-se ou foram geridas de forma pouco cuidada em alguns casos ao longo dos últimos anos, a falta de cultura financeira de alguns empresários complementada com a falta de mercado interno, a dificuldade e inexperiência de trabalhar mercados externos, o descalabro económico que se vive foram razões de sobra para o actual cenário. Tenho trabalhado com algumas empresas que precisam urgentemente de financiamento para os seus projectos, principalmente aqueles que visam dotar e capacitar as empresas para trabalhar mercados externos. As empresas precisam, mais do que financiamento, precisam equilíbrio e confiança para irem à conquista de novos mercados e novos e bons clientes. Precisam de suporte e de uma almofada no caso de caírem, isto claro sem nunca fugirem às suas responsabilidades. Sou a favor de que as empresas que fracassarem, não forem rigorosas e exigentes devem sair de cena e dar lugar às melhores, mais competitivas e mais preparadas para a "batalha". As taxas de desemprego verificadas actualmente, são como todos sabem e discutem, incomportáveis. É fundamental criar medidas de apoio à contratação de quadros qualificados que tanta falta fazem nas empresas, é bom que estes quadros venham com muita vontade de trabalhar e muita capacidade de sofrer, amigos não nos espera outra coisa, no fim de certeza sairemos mais fortes. Urge maior confiança entre empresas e banca, não há de momento ponto de equilíbrio visível. De cada vez que reúno com sector financeiro tenho imensas dificuldades em passar a mensagem, a conversa é sempre a mesma, contexto actual, cenário macro económico, panorama político interno e afins. Meus amigos (banca e estado), será difícil perceber que estamos todos no mesmo país? É fundamental arranjarmos equilíbrio de forças, existem muitas empresas (micro, pequenas e médias), com know how, capacidade e vontade de vencer e principalmente com a empresa no centro das atenções. Devem ser construídas pontes de ligação, essenciais para vencer o estado actual em que nos encontramos. As politicas devem ser de simples e eficaz acesso mas ao mesmo tempo muito rigorosas e muito exigentes onde só os melhores e os mais sérios vençam.  Num mundo global o custo de negociar e trabalhar mercados globais é muito elevado, nesse sentido torna-se necessário ferramentas de apoio e auxilio às empresas, claro que estas têm que mostrar ser não competitivas mas muito competitivas, devem mostrar resultados e principalmente devem mostrar nos seus projectos que têm futuro, e, que esse futuro está a ser preparado e trabalhado já hoje.  
Ás empresas deixo um conselho; reestruturem-se, capacitem-se, reformulem as vossas estratégias, inovem nas mais diversas formas, seja no produto, nos processos ou na comercialização, sejam exigentes convosco e com toda a vossa envolvente. É obrigação das empresas mostrar uma luz ao fundo do túnel, mostrar que os projectos e os produtos que vendem são competitivos e que a vossa empresa e os vossos gestores são capazes de combater no mais difícil terreno face ao mais difícil concorrente (seja ele asiático, americano ou europeu). É fundamental que as empresas se reequilibrem

Pois se assim for o caminho para um futuro risonho será bem mais fácil de percorrer.

Até breve.