Produção, Eficiência e
Competitividade Empresarial
As
decisões empresariais comprometem sempre os recursos do presente com as
incertezas do futuro –
Peter Drucker
Key Words – Competitividade, Eficiência, Produção
Olá
amigos!
A
frase acima apresentada ser viu de mote a mais um artigo. Pois é estou de volta
com mais um tema e algumas ideias práticas sobre o contexto empresarial atual.
Tentarei com algumas ideias deixar dicas práticas sobre como melhorar a eficiência e competitividade da sua
empresa. Hoje o tema gira em torno das empresas industriais, da produção à
importância da eficiência para a competitividade no contexto empresarial e global.
Falei
em artigos anteriores sobre a importância da internacionalização, sobre o
financiamento e mais recentemente sobre inovação para o contexto competitivo das
empresas, pois bem hoje vamos “mergulhar” dentro da empresa, mais concretamente
na produção (obviamente falamos do tipo de empresas industriais, as comerciais
definem-se de forma um pouco diferente).
As
experiências que tenho vivido neste contexto (essa é a principal razão pelo qual falo,
experiência prática de campo adquirida). Estive recentemente a efetuar um
estudo de produção numa PME, interessante sobre diversos aspetos, e o principal
que aqui quero partilhar é que esta empresa não é…..perfeita. Este foi o melhor
ponto de partida para o estudo, humildade para poder aprender e melhorar. Quando
falamos de PME´s em Portugal no sector industrial, falamos de empresas que na
sua maioria possuem ativos, equipamentos, instalações e R.H. já com alguns anos
de vida útil, condicionante estes fatores? Aceito que sim, a questão que se
coloca acima desta é: Terão as empresas capacidade para se reestruturar,
inovando, adquirindo tecnologias mais eficientes, mais produtivas e capazes de
gerar maiores cash flow´s no futuro? Certamente que não. O contexto económico
atual não permite tais “loucuras”, necessárias porventura. Assim sendo outras questões
se levantam:
1. Como
se tornar competitivo face aos concorrentes globais e tecnologicamente mais
avançados?
2. É
possível tornar a minha empresa mais eficiente?
3. E
o futuro? Até quando conseguirá a empresa sustentar-se desta forma?
4. E
a principal questão - > Que solução ou soluções?
Falei
no artigo anterior sobre a importância da inovação nas empresas para a sua
competitividade, e, disso não retiro uma virgula, no entanto as empresas podem,
e, devem inovar de diversas formas. A
solução mais prática será a de estudar escrupulosamente toda a sua forma de
trabalhar e avaliar os custos de se reestruturar (sem adquirir) partimos do
pressuposto que a capacidade de investimento atual é baixa. A maior
ferramenta para inovar que as empresas possuem é sem dúvida o know how dos R.H. É curioso que ao
analisar algumas empresas as críticas dos R.H. são uma lista infindável (mais
parece uma lista de compras de uma qualquer senhora no supermercado), dai a
capacidade de quem faz tal análise em filtrar o importante do banal ou nada
interessante. Avaliar o estudo em que a empresa se encontra é fundamental para
posterior diagnóstico de problemas (desde layout, tecnologia existente,
eficiência média, produtividade, etc.). Deve haver uma correta avaliação da
capacidade produtiva atual, ou seja, até onde consegue ir a minha empresa neste
momento. Muitas empresas perdem alguns bons negócios por não terem capacidade
produtiva para certos mercados, lembremos por exemplo mercados como o Alemão, Chinês
ou até Angolano, a isto se costuma apelidar, morrer à sede com água pelos
joelhos”. Avaliando a capacidade produtiva atual, posso tentar perceber que
melhorias podem ser introduzidas para aumentar eficiência e produtividade. É
derto e sabido que dois fatores influenciam direta e decisivamente os custos de
produção (isto é uma verdade à La Palice), são eles a eletricidade e os combustíveis.
Reeducar os seus utilizadores é fundamental. Motoristas, manuseadores e
operadores de equipamentos, controlar e mensalmente discutir consumos e gastos
com os R.H. é fundamental.
Um
outro ponto fundamental é o estabelecer
de objetivos quer com chefias intermédias, quer com toda a classe de
colaboradores operários. É um dos erros mais básicos e frequentes que se
encontra. Ao questionar um colaborador sobre se sabia se produzia muito ou
pouco obtive uma resposta interessante: “Não
sei, sei apenas que trabalho 8H, nunca me disseram quanto tinha que produzir”. Este
é um dos erros mais frequentes em quase todas as empresas.
Em
linhas de produção que se alteram ou
produzem diferentes produtos com alguma regularidade, a articulação entre
sectores, a cooperação o estudo e a gestão previsional é de igual modo
importante, ainda que com estratégias de stock zero que as empresas adoptam (
como fazer stocks sem nem dinheiro para encomendas normais têm), esta questão
ganha especial relevância. É importante que se estude bem o custo de
oportunidade de alterar uma linha de produção, nomeadamente através de
quantidades mínimas a produzir e vender e ou do custo de venda (fator de difícil
negociação).
Outra
questão a ter em conta são os resíduos gerados e cada vez mais valorizados,
ainda que devam ser bem estudados. Raramente existe um estudo para se saber o
real custo do resíduo face ao seu preço de venda deduzido de todos os custos de
vender (maioritariamente custos administrativos e de transporte), bem como a
forma de os valorizar. Diz a bibliografia académica que podem ser valorizados
de uma de duas formas:
·
Critério
Lucro Nulo –> Sub produtos e ou resíduos e o valor por si
gerado é deduzido ao custo de produção, tornando o custo de produção unitário mais
baixo.
·
Critério
do Custo Nulo - Sub produtos e ou resíduos e o valor por si
gerado é constitui um rendimento para a empresa, sendo que os produtos
principais suportam o custo de produção total, tornando desta forma o custo de
produção mais elevado
Outras
considerações devem ser tidas em conta pela sua importância no custo de
produção final, nomeadamente. Saber com maior grau de exatidão possível a
estrutura de custos fixos e variáveis, bem como diretos e indiretos, pois desta
forma torna-se bem mais fácil saber o que fazer para tornar a empresa mais eficiente
e mais competitiva.
É
interessante que os responsáveis consigam perceber e percebam como transformar
custos fixos em variáveis, tornando a empresa o mais ajustável e dinâmica possível.
A
ligação entre parte Estratégica - > Chefias Intermédias - > e Operacional.
Não basta dizer que tem que se produzir a encomenda XYZ, é necessário definir
como produzir, alocar recursos e definir objetivos e timings.
Por
fim um correto e regular controlo de toda a produção, analisando possíveis
desvios, e tomando medidas corretivas On
Time!
Em
conclusão deixo uma Check List de
tarefas para avaliar e tomar medidas que tornam a sua empresa mais eficiente no
mercado global.
Check List
1.
Avaliar
estado atual da sua produção – Capacidade produtiva atual.
2.
Avaliar
capacidade de acréscimo de produção, ou de eficiência de produção (através dos
estudo dos recursos existentes), ou da introdução de pequenas alterações que
permitem produzir diferentes produtos para mercados novos ou já existentes;
a.
Qual
a capacidade do meus equipamentos, agora e no futuro;
b.
Qual
a capacidade dos meus R.H.;
c.
Qual
a capacidade dos meus recursos e da minha empresa para mudar de contexto;
3.
Avaliar
estrutura de custos Fixos, Variáveis, Diretos e Indiretos;
4.
Saber
quais os pontos críticos de produção;
a.
Tempos
mortos;
b.
Principais
problemas existentes;
c.
Articulação
equipamentos < - > R.H.
5.
Gestão
previsional regular da produção – Gestão à semana ou ao mês dependendo do tipo
de indústria e produtos, com avaliação e controlo regular;
6.
Articulação
de todos os sectores nos objetivos da empresa, nomeadamente nos de produção, ao
nível de produtividade e timing, e da sua importância;
7. Posto isto afinar e delinear estratégias eficientes.
Não
vale a pena negociar boas encomendas se não tenho capacidade produtiva para
tais negócios, ou se estes me vão dar prejuízo.
A falta de eficiência produção e
não só, torna os seus produtos mais caros e menos competitivos.
O
futuro começa…JÁ!
Bons
negócios e até à próxima!
Mais
informações estarei ao dispor da sua empresa.